Quero voltar ao início
CRIME ORGANIZADO?
"É assustador quantas similaridades existem entre essa indústria e as quadrilhas criminosas. As quadrilhas produzem quantidades obscenas do dinheiro, assim como essa indústria. Os efeitos colaterais do crime organizado são matanças e mortes, e os efeitos colaterais são os mesmos nessa indústria.
As quadrilhas subornam políticos e outros, e assim faz a indústria farmacêutica… A diferença é que todas essas pessoas na indústria farmacêutica se enxergam ‒ bem, eu diria 99 por cento, de qualquer maneira – se enxergam como cidadãos cumpridores da lei, não como cidadãos que assaltariam um banco…
No entanto, quando se juntam como um grupo e controlam essas corporações, algo parece acontecer… aos bons cidadãos em outras circunstâncias quando fazem parte de um corporação.
É quase como quando você tem atrocidades de guerra; as pessoas fazem coisas que você não pensa que são capazes de fazer. Quando você está em um grupo, as pessoas podem fazer coisas que, de outra maneira, não fariam, porque o grupo pode validar como certo o que você está fazendo. "
É COISA DO PASSADO. . .
Uma das respostas-padrão da indústria farmacêutica quando os escândalos são revelados na mídia é que suas práticas mudaram radicalmente desde que os crimes foram cometidos. Isso não é verdadeiro; de fato, os crimes estão aumentando de forma aguda. De acordo com o Grupo de Pesquisa em Saúde da Public Citizen, três quartos dos 165 encerramentos de processo compreendendo 20 bilhões de dólares em penalidades durante o intervalo de 20 anos, de 1991 a 2010, ocorreram apenas nos cinco últimos anos daquele período.93 Uma atualização mostrou que em apenas 21 meses, até julho de 2012, 10 bilhões de dólares adicionais em acordos foram alcançados.
As grandes empresas farmacêuticas também têm um recorde pior do que outras empresas para suborno e corrupção internacional e para negligência criminosa na fabricação insegura de medicamentos.12 Em um período de cinco anos, de 1966 a 1971, a FDA recolheu 1.935 produtos medicamentosos, 806 devido a contaminação ou adulteração, 752 devido a sub ou superpotência e 377 devido a rótulos misturados.
ENSAIOS CIENTÍFICOS PUBLICADOS
Nossos periódicos mais prestigiados têm um sério conflito de interesse quando lidam com ensaios da indústria . . .
(Medicamentos Mortais e Crime Organizado - Como a Indústria Farmacêutica Corrompeu a Assistência Médica (2016)
-
Rational Diagnosis And Treatment: Evidence-Based Clinical
Decision-Making (2007).
- Peter C Gøtzsche . Mammography Screening: Truth, Lies And Controversy (2012).
- Medicamentos Mortais e Crime Organizado - Como a Indústria Farmacêutica Corrompeu a Assistência Médica (2016) - Original: Deadly Medicines And Organised Crime: How Big Pharma Has Corrupted Healthcare (2013).
- Deadly Psychiatry And Organised Denial (2015).
O livro citado acima tem 557 páginas de informações documentadas da atuação da indústria farmacêutica através dos anos.
Mostra com detalhes as diversas maneiras de manipular estudos "científicos" para mostrar o que a indústria quer e assim parecer estudo sério.
Na verdade são chocantes! Vale a pena ler ele todo.
CONHEÇA O Dr Peter Gøtzsche
LER O LIVRO
CRIME ORGANIZADO?
"É assustador quantas similaridades existem entre essa indústria e as quadrilhas criminosas. As quadrilhas produzem quantidades obscenas do dinheiro, assim como essa indústria. Os efeitos colaterais do crime organizado são matanças e mortes, e os efeitos colaterais são os mesmos nessa indústria.
As quadrilhas subornam políticos e outros, e assim faz a indústria farmacêutica… A diferença é que todas essas pessoas na indústria farmacêutica se enxergam ‒ bem, eu diria 99 por cento, de qualquer maneira – se enxergam como cidadãos cumpridores da lei, não como cidadãos que assaltariam um banco…
No entanto, quando se juntam como um grupo e controlam essas corporações, algo parece acontecer… aos bons cidadãos em outras circunstâncias quando fazem parte de um corporação.
É quase como quando você tem atrocidades de guerra; as pessoas fazem coisas que você não pensa que são capazes de fazer. Quando você está em um grupo, as pessoas podem fazer coisas que, de outra maneira, não fariam, porque o grupo pode validar como certo o que você está fazendo. "
Quando
um crime levou à morte milhares de pessoas, devemos encará-lo como
um crime contra a humanidade. Não deve fazer diferença para nossa
percepção de delito se foram mortos por armas ou por comprimidos.
Porém, até recentemente, havia uma notável complacência até
mesmo com crimes letais. Isso pode estar perto de mudar, pelo menos
nos Estados Unidos. Em 2010, o Departamento de Justiça condenou um
exvice-presidente da GlaxoSmithKline.
É COISA DO PASSADO. . .
Uma das respostas-padrão da indústria farmacêutica quando os escândalos são revelados na mídia é que suas práticas mudaram radicalmente desde que os crimes foram cometidos. Isso não é verdadeiro; de fato, os crimes estão aumentando de forma aguda. De acordo com o Grupo de Pesquisa em Saúde da Public Citizen, três quartos dos 165 encerramentos de processo compreendendo 20 bilhões de dólares em penalidades durante o intervalo de 20 anos, de 1991 a 2010, ocorreram apenas nos cinco últimos anos daquele período.93 Uma atualização mostrou que em apenas 21 meses, até julho de 2012, 10 bilhões de dólares adicionais em acordos foram alcançados.
Ao
contrário da indústria farmacêutica, os médicos não prejudicam
seus pacientes deliberadamente.
E quando causam dano, seja por acidente, falta do conhecimento ou negligência,
prejudicam apenas um paciente de cada vez. Como as ações de
executivos sênior
na indústria de medicamentos têm o potencial de prejudicar milhares
ou milhões de
pessoas, seus padrões éticos devem ser muito mais elevados do que
aqueles dos médicos,
e a informação que fornecem sobre seus medicamentos deve ser tão
verídica quanto
possível depois de exame meticuloso e honesto dos dados. Nada disso
é o caso, e
quando os jornalistas perguntam-me o que eu penso dos padrões éticos
da indústria farmacêutica,
com frequência faço piada sobre isso e digo que não tenho resposta alguma,
pois não posso descrever o que não existe. O único padrão da
indústria é o dinheiro
e a quantidade de dinheiro que você ganha para a empresa decide o
quão bom você
é. Há muitas pessoas decentes e honestas na indústria de
medicamentos, no entanto aqueles que chegam ao topo foram descritas
como “bastardos implacáveis” pelo criminologista
John Braithwaite, que entrevistou muitos deles.
Nos Estados Unidos,
as grandes
empresas farmacêuticas superam todas as demais indústrias em termos
de crimes.
Elas têm mais do que o triplo de violações sérias ou moderadas à
lei que outras empresas,
e esse recorde é mantido mesmo após ajuste por tamanho da empresa.
SUBORNO
As grandes empresas farmacêuticas também têm um recorde pior do que outras empresas para suborno e corrupção internacional e para negligência criminosa na fabricação insegura de medicamentos.12 Em um período de cinco anos, de 1966 a 1971, a FDA recolheu 1.935 produtos medicamentosos, 806 devido a contaminação ou adulteração, 752 devido a sub ou superpotência e 377 devido a rótulos misturados.
O
suborno é rotineiro e envolve grandes quantidades de dinheiro. Quase
todos os tipos de pessoas que podem afetar os interesses da indústria
foram subornados: médicos, administradores de hospital, ministros de
Estado, inspetores de saúde, autoridades alfandegárias, avaliadores
de tributação, autoridades de registro de medicamentos, inspetores
de fábrica, autoridades para definição de preço e partidos
políticos. Na América Latina, cargos como ministros da saúde são
avidamente procurados, pois esses ministros são quase
invariavelmente ricos com a riqueza proveniente da indústria de
medicamentos.
No
começo deste capítulo, perguntei se estamos enxergando uma ou outra
maçã podre solitária ou se o cesto todo está cheio delas. O que
estamos vendo é crime organizado em uma indústria que está
completamente errada. (Pág 101-102)
MÉDICOS E PACIENTES
O viés introduzido por cegamento insuficiente pode ser agravado pelo fato de médicos e pacientes nem sempre fazerem o que se espera deles. Em geral, os psiquiatras são pagos por paciente registrado e podem não se dar o trabalho de passar por todos os itens da escala de depressão de Hamilton com o paciente, pois é demorado. Na prática, alguns podem usar sua impressão geral para marcar alguns dos itens sem ter perguntado ao paciente ou marcar mais tarde com base na memória.
Uma pesquisa de 2005 foi particularmente chocante. Mostrava que 80% das faculdades de medicina permitiriam um acordo para ensaio multicêntrico que concedesse a propriedade dos dados ao patrocinador e 50% permitiriam que o patrocinador redigisse os resultados para publicação e deixariam que os pesquisadores revisassem o manuscrito e sugerissem revisões. A propriedade dos dados era um problema difícil; 25% responderam que as negociações eram muito difíceis.
MÉDICOS E PACIENTES
O viés introduzido por cegamento insuficiente pode ser agravado pelo fato de médicos e pacientes nem sempre fazerem o que se espera deles. Em geral, os psiquiatras são pagos por paciente registrado e podem não se dar o trabalho de passar por todos os itens da escala de depressão de Hamilton com o paciente, pois é demorado. Na prática, alguns podem usar sua impressão geral para marcar alguns dos itens sem ter perguntado ao paciente ou marcar mais tarde com base na memória.
Alguns
pacientes participam de ensaios sobre depressão sem estarem
deprimidos apenas para receber o dinheiro, conforme uma pessoa
saudável disse a um médico em uma viagem de trem:
“Não
estou deprimido… os ensaios são anunciados, o melhor paga em torno
de 100 libras por dia aos voluntários. Por um ensaio de 20 dias são
2.000 libras… é legal encontrar seus amigos de sempre.” (Pág
120 - Boyd
R. A view from the man in the seat opposite. BMJ.
1998; 317: 410.)
UNIVERSIDADES
Uma pesquisa de 2005 foi particularmente chocante. Mostrava que 80% das faculdades de medicina permitiriam um acordo para ensaio multicêntrico que concedesse a propriedade dos dados ao patrocinador e 50% permitiriam que o patrocinador redigisse os resultados para publicação e deixariam que os pesquisadores revisassem o manuscrito e sugerissem revisões. A propriedade dos dados era um problema difícil; 25% responderam que as negociações eram muito difíceis.
Mesmo
depois que o contrato tinha sido assinado, 82% das faculdades de
medicina haviam experimentado dificuldades em um período de cinco
anos e, em um caso, o patrocinador recusou-se a enviar o pagamento
final porque não gostou dos resultados! (Pág
132 - Mello MM,
Clarridge BR, Studdert DM. Academic medical centers standards for
clinical-trial agreements with
industry. N Engl J Med. 2005; 352: 2202–10.)
Em
1980, 32% das pesquisas biomédicas nos Estados Unidos eram
financiadas pela indústria e, em 2000, o percentual era 62%.21
Atualmente, a maioria dos ensaios é patrocinada pela indústria,
tanto na União Europeia como nos EUA. No entanto, a proporção dos
projetos da indústria que chega aos centros médicos acadêmicos
diminuiu muito, de 63% em 1994 para 26% em 2004. Hoje, são
principalmente as empresas privadas, as chamadas organizações de
pesquisa por contrato (OPCs), que realizam ensaios, e algumas delas
trabalham também com marketing e publicidade; outro sinal de que os
ensaios da indústria são estratagemas de propaganda.
Para
competir com as OPCs, os centros médicos acadêmicos instalaram
escritórios de ensaios clínicos e cortejaram abertamente a
indústria, oferecendo os serviços de seu
corpo
clínico e o acesso fácil a pacientes. Assim, em vez de combater a
corrupção da integridade acadêmica, os pesquisadores acadêmicos
participam de uma corrida ao
fundo
do poço da ética, tornando cada vez menos provável que qualquer um
de fora consiga examinar os dados.
Os
médicos aceitaram que já não são mais parceiros na empreitada da
pesquisa clínica e passaram, simplesmente, a fornecer pacientes para
os ensaios, em troca de publicações e benefícios variados,
sobretudo apoio financeiro que pode ser usado para outras pesquisas
na clínica ou como uma fonte para a economia privada do médico. Os
especialistas podem receber cerca de 42 mil dólares pelo ingresso de
um paciente em especialistas podem receber cerca de 42 mil dólares
pelo ingresso de um paciente em um ensaio, o que foi descrito pelo
Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA em um relatório
com o expressivo título Recruiting Human Subjects: pressures in
industry-sponsored clinical research [Recrutando Sujeitos Humanos:
pressões na pesquisa clínica patrocinada pela indústria]. Com uma
quantidade de dinheiro tão copiosa em jogo, é difícil acreditar
que os pacientes nunca sejam coagidos a participar. (Pág 135)
ENSAIOS CIENTÍFICOS PUBLICADOS
Nossos periódicos mais prestigiados têm um sério conflito de interesse quando lidam com ensaios da indústria . . .
(Pág 147 - Capítulo
6 - Conflitos de interesse em periódicos médicos)
Existe
uma cultura entre os médicos que permite a aceitação de dinheiro
fácil,2-14 e
as
empresas podem oferecer a transferência de dinheiro de maneiras que
não podem ser
rastreadas.15
Em 2006, a Transparecy International enfocou o setor da atenção à
saúde
em
seu Relatório de Corrupção Global, que não deixava dúvida de que
existe
corrupção
disseminada na atenção à saúde. Em geral, é a indústria
farmacêutica que
toma
a iniciativa, mas médicos, ministros e outras autoridades
governamentais às vezes
extorquem
as empresas.7
As
gigantes farmacêuticas têm muitos amigos em posições elevadas.
Quando uma
pessoa
do Gabinete do Inspetor Geral da Pensilvânia havia descoberto
pagamentos em
uma
conta clandestina da Pfizer e Janssen, ele foi indicado como
investigador
principal.
. .
O
QUE MILHARES DE MÉDICOS FAZEM NA
FOLHA
DE PAGAMENTO DA INDÚSTRIA?
A
verdade é que a maioria dos
médicos ajuda as empresas na comercialização de
seus
produtos. Isso fica claro se olharmos as 4.036 funções que os
médicos
dinamarqueses
tinham em 2010 (veja a Tab. 8.1).1 Havia 1.626 pesquisadores, que era
a
função mais comum. Entretanto, o progresso verdadeiro no tratamento
medicamentoso
é
muito raro. Em 2009, a Prescrire analisou 109 novos medicamentos ou
indicações: 3
foram
considerados uma descoberta terapêutica menor, 76 nada acrescentaram
de novo,
e
19 foram considerados um possível risco à saúde pública.2 Outros
estimaram que 11-
16%
dos medicamentos novos representam um ganho terapêutico,3 mas isso
era com
definições
muito generosas do que é um ganho; se os ganhos e os ensaios por
trás deles
fossem
examinados mais de perto, não sobraria muita coisa.
(Medicamentos Mortais e Crime Organizado - Como a Indústria Farmacêutica Corrompeu a Assistência Médica (2016)
Peter
C Gøtzsche
Médico
dinamarquês, pesquisador médico e líder do Nordic Cochrane Centre
do Hospital Riget, (Hospital Nacional da Dinamarca) em Copenhague.
Ele foi co-fundador e escreveu várias revisões dentro da “Cochrane
Collaboration”. Especialista em Medicina Interna. Trabalhou na
Industria Farmaceutica entre 1975 e 1983. Professor de pesquisas
clínicas em 2010 na Universidade de
Compenhagem.
Livros deste autor:
- Peter C Gøtzsche . Mammography Screening: Truth, Lies And Controversy (2012).
- Medicamentos Mortais e Crime Organizado - Como a Indústria Farmacêutica Corrompeu a Assistência Médica (2016) - Original: Deadly Medicines And Organised Crime: How Big Pharma Has Corrupted Healthcare (2013).
- Deadly Psychiatry And Organised Denial (2015).
O livro citado acima tem 557 páginas de informações documentadas da atuação da indústria farmacêutica através dos anos.
Mostra com detalhes as diversas maneiras de manipular estudos "científicos" para mostrar o que a indústria quer e assim parecer estudo sério.
Na verdade são chocantes! Vale a pena ler ele todo.
CONHEÇA O Dr Peter Gøtzsche
LER O LIVRO
Nenhum comentário:
Postar um comentário