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quarta-feira, 7 de março de 2018

VOCÊ DEVE TRILHÕES DE REAIS E NÃO SABE


 Dívida pública é dívida dos cidadãos do país.

O que é a dívida pública?






Os governos, seja em nível de União, Estado ou Município, podem, pela lei, contrair dívidas para aplicar em benefícios para o povo. Uma coisa muito bonita! Veja o final desta história.
Se ele percebe que não há arrecadação suficiente para melhoramentos em saúde, educação, segurança, ou no social, ele empresta dinheiro.
Quem faz os empréstimos para o governo?
Instituições públicas ou privadas. Grandes bancos do país e de fora. Grandes empresas. E até a própria população pode “emprestar” para o governo.
Como é feito isto?
O governo faz isto quando formaliza contratos ou por meio da oferta de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.
Do nada, o governo, através do Tesouro Nacional, emite papéis chamados “Títulos do Tesouro” e o Banco Central do Brasil os vende através de leilões semanais.
Os maiores bancos do mundo têm interesse em “ajudar” nosso país, e “emprestam” seu dinheiro, adquirindo estes títulos. Só que não.
Eles têm interesse neste tipo de transação em nosso país porque não tem nenhuma aplicação no mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira. É a aplicação que mais rende no mundo.
Os títulos chamados “Tesouro Direto” são os papéis oferecidos aos cidadãos brasileiros, em que nós “emprestamos” nosso dinheiro ao governo, recebendo juros um pouco acima da inflação e da poupança do período. Estes constituem apenas 0,3% da dívida.
Já não é o caso das grandes instituições financeiras mundiais avidamente interessadas. Estas, bancos nacionais e estrangeiros, seguradoras pertencentes aos bancos e outros investidores estrangeiros constituem 62% da dívida. Ainda existem os Fundos de Investimentos que não é nada mais do que várias empresas (bancos) e cidadãos que se juntam para investir num determinado nicho econômico e constituem 18% da dívida.
Quando nós precisamos de um empréstimo pessoal, vamos a um banco e solicitamos, mas precisamos dar uma contrapartida, ou seja, precisamos provar que poderemos pagar de volta e com juros. Apresentamos nosso contracheque, provamos que teremos renda suficiente ou apresentamos algum bem de valor em nosso nome que, em caso de não honrarmos a dívida, nos será tomado.
Já quando são Instituições financeiras gigantescas que compram estes títulos, os juros são exorbitantes.
Como é que o governo vai pagar esta dívida?
Na verdade, quem vai pagar é o povo através de arrecadação de impostos.
As instituições começam a cobrar. O governo começa a aumentar os tributos do povo.
Acontece que conforme vencem os contratos da dívida os juros são enormes e não há outra coisa a fazer senão renegociar a dívida.
Como é feito isto?
Bem, junta-se o valor da dívida, mais os juros, e estes passam a fazer parte dum valor só da dívida e é feito o cálculo de juros sobre este valor. E cada vez que é renegociado, é repetido o processo até que não se consegue pagar a dívida.



O FMI, Fundo Monetário Internacional começa a pressionar.
E, por mais incrível que pareça, ele fornece a solução mais espetacular e contraditória possível.

1º – Vendam as Estatais.

Sim, que se vendam as empresas controladas pelo governo como empresas que administram aeroportos, empresa de petróleo, empresas de telefonia, de concessão de estradas e tantas outras. Estas empresas não são do governo, mas constituem um bem do povo brasileiro e que deveriam ser usadas para o enriquecimento deste. São na verdade, empresas estratégicas e não coincidentemente mais lucrativas.
E adivinhem quem compra estas empresas estatais?

2º – Produzam o famoso “superávit primário”.

Superávit primário” significa diminuir gastos para sobrar dinheiro.
Mas como o governo vai economizar?
Ele começa a gastar menos com educação, segurança, saúde, etc. Deveria também gastar menos com pagamento de pessoal, dos funcionários públicos. A pequena economia que gera é para pagar a dívida.
Mas não há interesse dos credores em receber em dinheiro, mas em novos títulos que geram mais juros gigantescos para eles.
Tudo isto é inconstitucional e vergonhoso.
Veja então o lado negro do sistema.

O governo pega empréstimos para produzir bens sociais para o povo porque os tributos não são suficientes.
O final negro é que com dívidas impagáveis, ele aumenta tributo e corta justamente a produção de bens sociais, razão pela qual pegou o empréstimo.

Para piorar, tem muita coisa oculta nestas negociações e em razão disto foi feita a CPI da dívida pública de 2009 e 2010.

Interessante também é como governantes usam de informações distorcidas para enganar o cidadão.
Como explicou Maria Lucia Fattorelli, auditora aposentada da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil:
O que a gente critica no governo Lula é que, para pagar a dívida externa em 2005, na época de 15 bilhões de dólares, ele emitiu reais. Ele emitiu dívida interna em reais. A dívida com o FMI era 4% ao ano de juros. A dívida interna que foi emitida na época estava em média 19,13% de juros ao ano. Houve uma troca de uma dívida de 4% ao ano para uma de 19% ao ano. Foi uma operação que provocou danos financeiros ao País. E a nossa dívida externa com o FMI não era uma dívida elevada, correspondia a menos de 2% da dívida total. E por que ele pagou uma dívida externa para o FMI que tinha juros baixo? Porque, no inconsciente coletivo, divida externa é com o FMI. Todo mundo acha que o FMI é o grande credor. Isso, realmente, gerou um ganho político para o Lula e uma tranquilidade para o mercado. Quantos debates a gente chama sobre a dívida e as pessoas falam: “Esse debate já não está resolvido? Já não pagamos a dívida toda?’ Não são poucas as pessoas que falam isso por conta dessa propaganda feita de que o Lula resolveu o problema da dívida. E o mercado ajuda a criar essas coisas.”
www.cartacapital.com.br/economia/201ca-divida-publica-e-um-mega-esquema-de-corrupcao-institucionalizado201d-9552.html

Assim também explicou auditoriacidada.org.br:

Em 2005, durante o Governo Lula, foi amplamente propagandeado o resgate antecipado ao FMI, no valor de US$ 15,5 bilhões. Ao contrário do que se ensejou fazer crer, tal pagamento não significou a extinção do endividamento externo, que alcançou US$ 402 bilhões em dezembro/2011. O pagamento de US$ 15,5 bilhões ao FMI em 2005 foi feito mediante a emissão de novas dívidas interna e externa com juros muito superiores aos juros que vinham sendo pagos ao FMI, ou seja, NÃO PAGAMOS A DÍVIDA, ela simplesmente mudou de mãos e em condições mais onerosas. O pagamento antecipado ao FMI significou, na prática, a troca de dívida sobre a qual incidia uma taxa de juros anual de 4% por nova dívida interna, que na época remunerava à taxa de juros de 19,3% ao ano, bem como de emissão acelerada de dívida externa, cuja taxa de juros estava, à época, no patamar de 8%.”

A dívida pública federal interna superou R$ 5 trilhões em 2017.
Em 2014 os juros da dívida subiram de 251,1 bilhões de reais para 334,6 bilhões de reais no Brasil.

Não é estranho que o governo composto por um grupo de pessoas genuinamente brasileiras, que supostamente amam sua nação e seus conterrâneos façam tamanha maldade contra o próprio povo.
Mas há um agravante que explica isto. Acontece que estas mesmas grandes empresas fornecem apoio financeiro para estes brasileiros quando estão em campanhas políticas, e eles são, de fato, eleitos pelo mesmo povo que eles (politicos e grandes corporações estangeiras), depredarão.

O resultado: Um sistema comandado por gigantes escravocratas, que submetem países enfraquecidos por más decisões políticas, num endividamento público, nenhum desenvolvimento sócio-econômico, e um povo ignorante às questões político-sócio-econômicas e . . . enfim, todo mundo pobre e inoperante. 
Milhões de desempregados e empresas falidas.


Leia mais: Como o sistema financeiro captura a Humanidade através da dívida
Veja vídeo com Maria Lúcia Fatorelli: A Dívida Pública por Maria Lucia Fattorelli

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