Páginas

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

MAS ISTO NÃO É JUSTO - E QUEM DISSE QUE A VIDA É JUSTA?


"MAS ISTO NÃO É JUSTO – “E QUEM DISSE QUE A VIDA É JUSTA”.



Na história da humanidade ‘sempre’ imperou a injustiça. Quem detinha o poder sempre usou mal seu poder.
Assisti um filme chamado “ O Egípcio” de 1954 e numa parte do filme os Hitítas estavam formados para atacar a capital Tebas, mas o Faraó, um bom rei, acreditava que podia resgatar a bondade no coração das pessoas e achava que poderia evitar a guerra com diplomacia. Os Hitítas avançaram e destruíram a capital matando grande parte da população.
Surgiu uma questão moral: Optar pela guerra, perder soldados, mas proteger a população, ou optar pela paz e ser atacados com perdas de vidas inocentes da população.
Considerava-se Faraó como sendo um Deus, ninguém podia ficar com a cabeça acima da dele, todos tinham que se curvar, ninguém podia encostar na pessoa dele, ninguém podia contradizê-lo.
Veja a dissertação do personagem do filme, um médico que zelava pela vida das pessoas, conversando com o chefe dos exércitos do Egito, depois de tentar convencer Faraó de se preparar para a guerra:
Sinuhé (Médico) – “Faraó poderia te impedir de fazer o que você quiser com o exército? Você não é o General?”
Horemheb (General) – “Não, os homens atendem a mim e não a ele. Mas é ao Faraó que jurei lealdade. Ele vai escrever para os hitítas...! Pode até convidá-los para tomar seu trono".
Sinuhé  - "Faz diferença? Já vi grandes e pequenos governadores... velhos e jovens...  virís e afeminados. O povo sofre e morre... qualquer que seja o soberano. Hititas, egipcios, cretenses... É ruim acreditar demais, como crê o Faraó. Mas é pior acreditar em tão pouco, meu amigo. Não, não acredito em nada”.
Mas você pensou agora: Mas teve bons Reis, como hoje certamente tem bons políticos.
Bem, comecemos, não pelas intenções de quem governa, mas a tipo de vida que levam em contraste com a vida do povo.
Reis e governantes, regem, não sobre pedaços de terra, mas sobre grupo de pessoas, com o suposto intuito de proteger a elas e seu modo de vida.
Por que em todas os tipos de governos da história, as famílias dos governantes “sempre” usufruem o melhor da região, enquanto muitos trabalham arduamente para manter o Reino? Veja: Quanto ganha o político brasileiro?
Por que em casos de desastres ou guerra, a família dos reinantes recebe atenção, e o povo fica como escudo?
Por que as famílias de governantes “sempre” viveram na riqueza descomedida?
Desde milênios atrás a história é a mesma. Quando leio livros ou assisto filmes da realeza, seja da França, Inglaterra, China e Japão, ou de qualquer outra terra, vejo com tristeza a arrogância da realeza. Pessoas que não faziam absolutamente nada, não trabalhavam, mas viviam as custas dos tributos e impostos duma população pobre que trabalhava 7 dias para sustentá-los. Junto dela (da realeza) sempre tinha um grupo de parasitas que viviam às custas da amizade com a realeza. Andavam de barcos conversando educadamente, compareciam a teatros, faziam fartos piqueniques. Grandes festas para ostentar os belos e caríssimos vestidos das damas dos castelos assim como preservar seu “Status” social, eram comuns.
Em muitos casos, a realeza tinha empregados para vestí-los, para provar sua comida, e até para limpá-los depois de usar o banheiro. Muitos davam o direito a si mesmos de desfrutarem de lascívia e luxúria dos prazeres da carne.
Outros arrogantes eram religiosos influentes. O poder concedido à igreja fornecia a esta junto a riqueza, o poder sobre a vida da população pobre. Sim, as pessoas que politicamente chegavam à liderança na Igreja tinham o poder de condenar à morte a quem quisesse, e faziam isto com muita frequência queimando em praças públicas seus inimigos ou qualquer pessoa que pudesse apresentar riscos a seu poder. A história dos papas sangra as páginas da história com assassinatos, poligamia, conspirações, e até incestos.  Muitos eram depravados e pervertidos sexualmente, vivendo na luxúria. Durante a Idade Média é impressionante o número de líderes religiosos, não faltaram papas, que foram especialistas em conspirações, assassinatos e até bruxarias. O ouro incrustado nas paredes, nos tetos das igrejas e nos objetos de culto era uma afronta à pobreza dos simplórios leigos.
Para se obter esta arrogante condição vantajosa, conluios e golpes de estado aparecem com muita frequência nas páginas sangrentas do livro de história das potências europeias desde os primórdios. Pais matando filhos, primos, e até a mãe, é uma constante, para manterem-se no poder. Casamentos arranjados com nobres da realeza de países vizinhos eram na verdade meios para famílias se manterem no poder e na luxúria.
No antigo Egito, Pérsia, Babilônia, Grécia, Roma, assassinar para se manter ou mesmo tomar o poder era comum.
Resolvi dar uma pesquisada nas histórias políticas da França, da Alemanha, da Espanha e especialmente da Inglaterra, usando a Wikipédia. Fiquei pasmado com a quantidade de tramas entre familiares para se manterem no poder na maioria das vezes com assassinatos entre eles. Veja:
- “Os ingleses apoiaram o rei de Castela, Pedro I, na luta contra seu irmão Henrique II. Em 1369, Pedro foi assassinado por seu irmão”.
- “O Duque de Gloucester reivindicou o trono e capturou o jovem rei e seu irmão e os prendeu na Torre de Londres. Gloucester se converteu no rei Ricardo III. Os dois meninos encarcerados, conhecidos como os "Príncipes da Torre" desapareceram e foram possivelmente assassinados”.
- “Ana Bolena foi acusada de traição e tentativa de assassinato do rei, foi condenada e decapitada”.
- “A oposição às políticas religiosas de Henrique VIII foi rapidamente suprimida, vários monges dissidentes foram torturados e executados inclusive Thomas More”.
- “Em 1571, um plano para colocar Maria Stuart no trono, com apoio da Espanha, para restaurar o catolicismo, foi descoberto e seus idealizadores executados. Uma nova conspiração católica contra Isabel que pretendia assassinar a rainha e coroar Maria Stuart foi descoberta em 1586 e terminou com a execução da prima de Isabel”.
- “Em outubro de 1641, produziu-se uma nova rebelião na Irlanda. Muitos protestantes foram assassinados. Os católicos ingleses apoiaram os irlandeses”.
- “A reputação de Guilherme se viu afetada pelo massacre de Glencoe (1692), no qual centenas de escoceses foram assassinados por não prometer corretamente sua lealdade aos novos reis”.
- Ricardo III: Deu o golpe, e provavelmente assassinou seus sobrinhos para assegurar sua subida ao trono. - Ethelweard I: Assassinado, talvez por ordem de Athelstane. - Edmund I: Foi assassinado com seus filhos ainda crianças, por isso foi sucedido por seu irmão Eadred I. -  São Eduardo, o Mártir: Assassinado enquanto jantava por partidários de Ethelred II. –
No século X os papas envolveram-se em lutas com diversas facções políticas, e em alguns casos foram assassinados ou depostos.


Existem inúmeras outras passagens. Veja: A História da Inglaterra
Reis eram coroados ainda crianças, para manter a família na realeza (Rei Jaime I foi coroado com 13 meses de idade, Henrique IV com 9, entre muitos, que absurdo). A luta pelo poder era contínua, tramas e conspirações foram uma constante em toda a história envolvendo reis e ricos da terra.
Enquanto milhões trabalhavam duro e viviam aos trapos, famílias ricas viviam cercadas de ouro pelos móveis, portas, teto, paredes, pelo corpo, nas roupas. Comiam o melhor da terra.
O que eu acho interessante é os ricos sempre se consideraram como merecedores da riqueza, superiores e “cultos”. O Rei Jaime I, sucessor da famosa filha da Anna Bolena, a Rainha Elizabeth I ( a rainha virgem), escreveu um livro em 1597 chamado “The True Law of Free Monarchies” onde ele desenvolve a teoria do ‘direito divino dos reis’, e explica que por razões bíblicas os reis são superiores a outros homens. O direito divino dos reis fora defendido por Jean Bodin, francês, alguns anos antes.
Para o rei inglês, a sua autoridade régia era de "direito divino", pretendendo ter sido eleito pessoalmente por Deus para governar o seu povo. A sua realeza era absoluta, independente de qualquer poder ou autoridade da terra. O rei era assim uma espécie de lugar-tenente de Deus no seu reino, e só perante Deus teria que prestar contas do modo como exercera o seu poder. http://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_divino_dos_reis
Claro que este suposto direito não contemplou apenas a estratégia inglesa de governar, praticamente todos os reis da terra agiram da mesma forma, alguns sendo considerados como “deuses”.
A história andou, e embora tenha mudado muitas coisas, muitos ricos continuam do mesmo jeito.
O sistema político abriga sempre os maiores salários da terra, pagos com o dinheiro de impostos da grande maioria pobre. Com seus tributos, os pobres bancam não só os salários, mas uma quantia de dinheiro inesgotável para viajens dos políticos, para saúde da família dos políticos, para aluguel, para funcionários diretos contratados não por concurso, mas por amizade. Vivem numa vida de ‘regalias’ (dicionário: Direito inerente à realeza), e dentro da lei, porque esta lhes proporciona tudo isto (não sei como chegamos a isto!). Alguns poucos, não contentes, acham que devem se envolver na corrupção para ter mais (alguns milhões de Reais). A esposa do ditador das Filipinas tem mais de mil pares de sapatos.
Na China, Li Cuxin vivia numa cidade onde não se tinha o que comer, a cidade cheirava a fezes humanas devido a grandes privadas feitas de madeira em cima de buracos no chão. Adoravam Mao Tse Tung que os conveceu que viviam na riqueza graças a ele. -Adeus , China - O Último Bailarino de Mao. Autor: Cunxin, Li. Editora: Fundamento.
Não poderíamos esquecer de mencionar o que aconteceu no Navio Titanic. Os ricos na primeira classe tinham o melhor. Pagaram por isto, mas trancar o pobre para não se salvar é ridículo. Usar os botes salva-vidas com metade de sua carga e deixar pobres morrerem sem barcos salva-vidas, é ridículo. O famoso filme de 1997 destacou com bastante clareza isto, baseado em fatos reais, mas não conseguiu mudar nada no coração de quem assistiu.. . .
Onde entra o pobre nesta história?   
O pobre sempre sonhou em ser exatamente, como o principe e a princesa, como algum daqueles parasítas, como um rico e seu luxo.
Ultimamente, alguns pobres conseguem enriquecer rapidamente. Alguns são atletas, outros viram celebridades, cantores e atores famosos. Alguns começam a se achar superiores, ficam arrogantes, orgulhosos e insolentes.
Cantores pedem coisas absurdas no hotéis onde se hospedam: "Cores brancas em todo aposento das paredes até as velas, milhares de flores espalhadas (plantas naturais, ficus ou palmeiras de dois metros de altura) e flores frescas. Nada de crisântemos, lírios, cravos ou margaridas. Cinco vasos quadrados de vidro com as flores: cinco das vermelhas e duas das brancas. E somente rosas. Nada de folhas. Os caules das rosas não deverão ter espinhos e medir exatamente 11 centímetros)".
A polêmica rainha do pop não poderia deixar de integrar esta lista. Uma frota com seis carros da marca Audi, troca do assento do vaso sanitária a cada ida ao banheiro e 25 caixas de água da Cabala, 20 linhas telefônicas, não são nada comparados a exigência de que somente 13 pessoas, de sua equipe, possam-lhe dirigir a palavra. Outro exige "o ambiente seja enfeitado com 19 plantas com cerca de 1,8 metro de altura e quatro plantas de tamanho aproximado em 1,2 metro de altura”dentro dos aposentos do hotel. Quando o assunto é toalha, Elton John e P. Diddy lideram a lista dos mais exigentes. O cantor inglês gosta de ter a mão 74 toalhas. Já P. Diddy não economiza e exige 204, sem contar as 20 barras de sabonete.   
Outra exigiu 48 toalhas, 24 brancas e 24 pretas, louças chinesas e bandejas de prata. Ainda outra foi mais além por ter solicitado um tanque de lagostas vivas que estariam sendo preparadas sempre que ela tenha fome. Um ator já requereu um andar inteiro de um hotel contendo: uma academia privada, um som estéreo extra-grande, juntamente com a Nintendo e PlayStation. O piso de filtros de ar condicionado deveria ser mudado na sua chegada e puxadores das portas deveriam ser desinfectados a cada hora. Para uma cantora, os banheiros da sua suíte de hotel devem estar equipados com torneiras de ouro. Um novo assento deve ser instalado antes de sua chegada. Sua própria roupa de cama são entregues com antecedência. Para Mariah Carey banhar com seu cão só em água mineral francesa. Além disso, camarim dela deve conter uma caixa de canudinhos bendy, dois purificadores de ar, cachorrinhos e gatinhos (de pelúcia?), um atendente de quarto que esteja usado goma de mascar quando fosse servir sua champanhe Cristal. A lista de exigência duma cantora que recentemente esteve no Brasil tinha quase 30 páginas.
Mas não é de hoje que a pessoa começa a ganhar milhões e fica “excêntrico” (dicionário: Extravagante, ridículo, esquisito).
Como entra o pobre na história da injustiça social?
Se o pobre fica rico, ele se transforma, compra mansões, carros caros e fica todo “excêntrico”.
Quem é que paga os 20 milhões de dolares que Nicolas cage ganha num filme só? Certamente não são seus produtores, nem empresas que primeiro bancam a gravação. Sim, é o pobre que paga para ver um filme porque o tal ator está lá. É nisto que grandes empresas investem. Clubes pagam milhões por um jogador porque sabem que o pobre irá ao estádio para ver o tal jogador.
O pobre fica todo bobo de ver um artista ao vivo, se é que isto é possivel. O fã (pobre fã) gasta seu dinheirinho para ir longe ver seu ídolo, quando consegue, vê lá de longe. Uma grupo de fãs se reuniu em frente do prédio onde estava Roberto Carlos no dia de seu aniversário, para cantar, comemorar, expressar seu amor pelo cantor. O Cantor apareceu na sacada durante cinco minutos, de longe, e disse que “ficou emocionado” com a expressão de amor da parte dos fãs.  
No passado quando a realeza passeava com sua corte, o pobre corria para ver e admirar. Hoje, um pobre anda pela rua, ninguém lhe cumprimenta. Ele fica famoso por se tornar uma cantor, um ator, um jogador ou seja lá o que for, noutro dia pessoas pedem autógrafos, e pagam para vê-lo.
Programas de TV arrecadam milhões, porque o pobre corre para frente da televisão para admirar o seu ídolo, que aliás nem conhece e provavelmente nunca conhecerá este pobre fã.
Pobre pobre! É este quem mantém a indústria do entretenimento, que gera bilhões, que produz ricos e riquezas para pouquíssimos. É verdade que muitos (muitíssimos) contribuem com pouco, mas os poucos que arrecadam,  acumulam muito, causando um desiquilíbrio social gigantesco, mesmo porque sempre que existir um acumulo de valores centrada numa pessoa ou empresa, como o dinheiro não poderá estar em dois lugares ao mesmo tempo, certamente terá muitíssimos outras pessoas sofrendo com a falta dele.
Em Nova Iorque, em frente ao ‘Central Park’, foram vendidos 92 apartamentos de luxo, o mais barato por cinquenta milhões de dólares, o mais caro cem milhões. Se uma pessoa, uma família, uma empresa tem a posse de tanto dinheiro, certamente muitíssimos pobres terão dificuldades para viver.
Portanto, pobre, quando reclamar da injustiça, lembre-se da parcela de culpa que temos em manter um mundo que admira o rico, que admira a casa do rico, o carro do rico quando passa na rua. Um mundo que admira celebridades, políticos, empresários, atletas, etc. Um mundo onde o pobre sonha que sua filha irá casar com "um príncipe", quer dizer, com um rico como se isto fosse a solução de seus problemas. Um mundo que despreza o pobre, mas paga para ver o rico, para ter um autógrafo, ou apenas  um sorriso fortuito. E de onde vem tanto dinheiro que agracia a vida do rico?
Mas a arrogancia não para por ai. O mundo acostumou-se a se espelhar nos “merecedores” da opulência, e o ser humano sob qualquer desculpa aprende a ser arrogante igual. Se é um funcionário e se torna patrão, se é um empregado como os demais, e se torna chefe de setor, o poder o corrompe, ele passa a agir igual aos “ricos” da terra. Se tem uma faculdade, olha para a senhora da limpeza com desprezo. Se consegue adquirir um apartamento, se recente da favela que lhes tira a beleza da vista.
Estes somos nós: seres humanos. Criamos um mundo injusto para nós mesmos e somos incapazes de desarraigar este complexo sistema de humano pisar em humano. Muitas vezes o próprio humano escolhe por voto, seu representante para enriquecer e se arrogar ter o “direito divino dos reis”, quando por exemplo se dá ao parlamentar, segundo nossa Constituição,  a ‘Imunidade Material’  – “Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”. De acordo com ela, o parlamentar não se sujeita a quaisquer conseqüências civis ou penais em razão das suas opiniões, palavras e votos. Durante o mandato, deputados e senadores não podem ser presos  e só podem ser processados pelo Supremo Tribunal Federal.
E a prisão especial, você já ouviu falar? 
Apesar do art. 5.° da Constituição da República consagrar o princípio da igualdade, estabelecendo que "todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza", a Lei Maior, o Código de Processo Penal e a legislação extravagante conferem a certas pessoas o direito à prisão especial, ou seja, o "privilégio" de ficar preso em cela ou estabelecimento penal ou não, diverso do cárcere comum, até o julgamento final ou o trânsito em julgado da decisão penal condenatória.
O benefício penal visa oferecer um tratamento mais humano ao indiciado ou réu que, pelas "qualidades morais e sociais", merece melhor tratamento e, também, pelas conseqüências graves e irreparáveis que a convivência desordenada com presos perigosos, poderia lhes causar. Mas se voce não for politico em função ou não tiver diploma por faculdade superior, . . .


A conclusão é que a humanidade vive na ilusão em toda sua historia. Sempre houve os que achassem ser "superiores", "merecedores", "patrões", "deuses", "doutores", "abençoados" e coisas assim. Passaram a vida toda, muitas vezes, convencidos que era assim. Os pobres foram convencidos disto também. Em alguns países com diferenças entre castas, pensam que é o destino, pessoas nascem superiores simplesmente. 


Ilusão, criação da mente humana para propósitos de dominação, riqueza e poder.


Mas isto não é justo, - “E quem disse que a vida é justa”?!!





A ILUSÃO DA SUPERSTIÇÃO



Por que você acredita em Horóscopo, espíritos, ETs e religiões?

A resposta está no cérebro, uma máquina de projetar crenças. Conheça o que a ciência sabe sobre nossa necessidade de construir noções espirituais ou supersticiosas e como ela pode afetar suas escolhas

por Diogo Sponchiato/Colaboração: Fronteira Agência de Jornalismo/Fotos: Iara Venanzi
Revista 'Galileu' Out 2012.



África, 3 milhões de anos atrás. Um dos nossos ancestrais caminha por uma trilha cercada de arbustos. De repente, ouve um barulho no mato. Pode ser o vento, mas também pode ser um bicho pronto para o bote. Se o hominídeo se apega à segunda possibilidade e corre, mesmo não existindo fera por perto, comete um engano, mas continua vivo. Se, no entanto, atribui o ruído a uma brisa e segue a passos lentos, seus minutos estão contados caso exista um animal à espreita. É a esse exemplo que recorre o psicólogo americano Michael Shermer em seu novo livro, Cérebro e Crença, para sintetizar nossa necessidade biológica e evolutiva em criar e reforçar crenças.



“O cérebro conecta pontos em busca de padrões, mas nem sempre distingue o que é real. É como se estivesse programado para crer em qualquer coisa por precaução”, explica a GALILEU. Essa mesma lógica abre as portas para o sobrenatural. Imagine a cena: você, que já ouviu falar em assombração, está sozinho em casa à noite. Escuta, então, um ruído estranho na cozinha. O barulho pode ser um móvel rangendo ou... um espírito vagando. Na dúvida, precisamos crer em mais de uma possibilidade para agir, mesmo que seja ficar encolhido no sofá.



Shermer, Ph.D. em história da ciência, baseia suas conclusões em evidências que ligam a origem das crenças a nossos instintos mais primitivos. A seleção natural teria privilegiado os mais “crentes” porque os propensos a acreditar, seguindo nosso exemplo inicial, no predador, mesmo sem ter informações suficientes para deduzir isso, aumentaram suas chances de sobrevivência. Como nosso cérebro muitas vezes não identifica os erros, tendemos a acreditar em muitas coisas, principalmente se não temos como negá-las — bem-vindo ao mundo dos fantasmas, ETs e cia. A questão, como você vai ver, é que os genes, a personalidade e o ambiente se misturam na receita que nos faz mais ou menos adeptos a crenças.



Nascido para crer
Estudos apontam que a nossa maneira de adquirir informações sobre o mundo é criar padrões e generalizações em nossas mentes. “Há grupos de neurônios responsáveis por criar espécies de protótipos internos. Logo que vemos um objeto, não processamos todas as informações, mas tentamos encaixá-lo nesses protótipos”, explica o filósofo João de Fernandes Teixeira, professor da Universidade Federal de São Carlos.Um exemplo prático de como isso funciona: alguém que normalmente tem dificuldade para achar uma vaga para estacionar perto do trabalho observa que, ao chegar em um horário diferente, a rua está cheia de espaços livres.



Outro dia, nesse mesmo período, encontra vaga de novo. Sem precisar pensar muito, ele cria um padrão (horário diferente = rua livre) e passa a chegar sempre nesse novo horário, embora não tenha identificado razão lógica para isso. Esse modus operandi também pode funcionar de outro jeito. Vamos supor que nosso amigo em busca de uma vaga toque no seu chaveiro com um símbolo da sorte e, em poucos minutos, encontra um lugar para deixar o carro. Ele já tinha uma ideia da função do amuleto e, quando ele lhe traz uma vantagem, liga uma coisa à outra. Pronto: nasceu outro padrão (tocar o chaveiro = achar vaga). As superstições, assim, compartilham de um mesmo mecanismo de associações rápidas que nos fazem deduzir uma porção de coisas úteis.



Essa fome cerebral por padrões é o que define como ele lida com um universo marcado por fenômenos aleatórios. Para encontrar coerência nesse mundo caótico, dizem os cientistas, ele estabelece crenças justificadas por uma série de acontecimentos captados e editados ao longo da vida. Assim surgiria, segundo Shermer, nossa tendência a aderir a uma religião. As ideias de Deus e céu, por exemplo, nos ajudam a entender o mundo e o destino, e ainda balizam nossas atitudes e preceitos morais. Pense como isso pode facilitar a vida em sociedade e estimular um grupo a prosperar. “Não é por menos que há quem defenda que as pessoas geneticamente inclinadas a acreditar em religiões auxiliavam umas às outras e geravam mais filhos, espalhando, assim, os genes da religião”, diz o teórico evolucionista Craig James, autor do livro O Vírus da Religião.






Tá no sangue
Será que a vocação de cada um para a crença no sobrenatural ou em elementos religiosos estaria no DNA? “Há evidências de que o peso genético é decisivo e o ambiente cultural atuaria como um fornecedor de alternativas de crença”, diz o neurocientista Ricardo de Oliveira, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Mas como é possível medir isso? Estudos têm acompanhado gêmeos que vivem em ambientes diferentes para ver o quanto compartilhar os mesmos genes interfere na crença deles. Uma série dessas pesquisas, feitas na Universidade de Minnesota, concluem, por exemplo, que cerca de 40% da propensão a uma crença religiosa tem base genética. “Em tese, alguém criado numa família religiosa, mas sem essa base favorável à capacidade de crer, dificilmente preserva tal comportamento fora desse contexto”, analisa Oliveira.



Apesar de terem mecanismos em comum, religião e pensamentos mágicos não podem ser colocados no mesmo barco. “As emoções são mais intensas nas experiências espirituais, que transmitem uma maior sensação de realidade”, conta o neurologista Andrew Newberg, que tem 5 livros analisando cientificamente a crença. Já se observou, por meio de ressonância magnética, que os cérebros de pessoas religiosas e céticas têm diferentes padrões de ativação. “Em um trabalho que fizemos com pessoas que rezam e meditam, visualizamos isso em estruturas cerebrais como o tálamo, ligado à nossa competência de construir uma visão de mundo”, relata Newberg.



A fé também está sendo relacionada a mensageiros químicos que excitam os neurônios. Uma quantidade maior do neurotransmissor dopamina, por exemplo, normalmente vem acompanhada de uma predisposição aumentada a endossar crenças no sobrenatural. Em um trabalho do Hospital Universitário de Zurique, 40 pessoas (metade crentes e metade céticas) foram submetidas a imagens de rostos normais e alterados. Constatou-se que os crentes tendiam a enxergar menos as distorções, sinal de que têm maior capacidade de estender padrões para situações em que eles não existem. Na segunda parte da pesquisa, todos os voluntários tomaram uma dose de dopamina sintética. E, veja só: não é que eles passaram a considerar rostos deformados como normais mais vezes?! Sobretudo os céticos. “A dopamina está associada ao aprendizado e a recompensas. Se você se sente bem ao presenciar ou ver alguma coisa, ela fará com que você repita essa atitude”, explica Shermer, que também é professor da Universidade Claremont Graduate.



Outra substância associada à crença é a serotonina. Um estudo do Ph.D. em psiquiatria sueco Lars Fade mostrou por meio de scanners cerebrais que uma quantidade baixa de receptores de serotonina no cérebro está relacionada a pessoas que dizem ser mais religiosas. Mesmo diante de estudos como esses, ainda não há um consenso sobre um elo entre fé e neurotransmissores. Aliás, a polêmica discussão em torno da existência de um “gene de Deus” diz respeito à identificação de trechos do DNA que regulam justamente a fabricação dessas substâncias.



O peso do ambiente
Dá pra dizer então que as nossas crenças são definidas só pela nossa carga genética, certo? Errado. Tomemos como exemplo um daqueles estudos feitos pela Universidade de Minnesota, no qual mais de 250 pares de gêmeos responderam a perguntas sobre a frequência a cultos, orações e discussões teológicas em suas vidas. Quando os gêmeos eram mais novos e conviviam com outros membros da família, todos apresentavam um nível de espiritualidade parecido, demonstrando forte influência do ambiente; na idade adulta, somente os gêmeos univitelinos (que têm carga genética semelhante) continuavam compartilhando os mesmos índices. “Crenças partilhadas no meio em que nos desenvolvemos são tomadas como naturais, enquanto as cultivadas por outros grupos nos parecem improváveis”, analisa o cientista cognitivo da religião Ilkka Pyysiäinen, da Universidade de Helsinque, na Finlândia.




É por isso que alguns pesquisadores têm certo receio dessa onda recente de determinismo em relação à fé e ao pensamento. “Assim como a ciência já sabe que o ambiente interfere na atividade de genes e predispõe doenças, a capacidade de crer parece ser moldada pela combinação de fatores biológicos e culturais”, avalia Teixeira, que também é Ph.D. em ciência cognitiva.



Por falar em influência, já parou para pensar no poder da mídia sobre as crenças? Glenn Sparks, professor de comunicação da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, avaliou o impacto da série Arquivo X sobre uma audiência aleatória de 200 americanos. Ele constata que os espectadores, ao acompanharem a série, se tornaram mais dispostos a dar crédito a fenômenos sobrenaturais e conspiratórios. “As representações ficcionais buscam ser verossímeis, tornando-nos propensos a acreditar que aqueles eventos são plausíveis na TV e fora dela”, diz Sparks. É por isso que até alguém mais cético pode ficar com a pulga atrás da orelha após ver filmes que tratem de exorcismos, aparições do além...



Crer ou não crer?
Não são poucas as pessoas que se consideram céticas, mas espiam o horóscopo ou evitam, de todo jeito, passar debaixo de uma escada. Seria paradoxal? De acordo com Shermer, nosso cérebro contaria com uma espécie de compartimento para crenças e outro para nosso lado mais pé no chão. “A racionalidade que usamos em alguns aspectos da vida, como no trabalho, nem sempre é utilizada em outros, como nossa postura diante do Universo, da política e de relacionamentos afetivos”, diz o psiquiatra Alexander Moreira-Almeida, da Universidade Federal de Juiz de Fora. “Se todo mundo fosse totalmente cético, ninguém jogava na loteria”, exemplifica Teixeira. Ao levarmos isso para o domínio religioso, encontramos inúmeros casos de cientistas que acreditam em Deus. “Fé e razão podem ser conciliadas até porque dividem o mesmo cérebro. São irmãs”, diz Jorge Claudio Ribeiro, professor de ciências da religião da PUC-SP.




Há momentos, porém, que aguçam nosso lado espiritual ou supersticioso. Logo após os atentados de 11 de setembro de 2001, o número de americanos que passaram a frequentar igrejas aumentou, segundo o instituto de pesquisa Barna, em 25% — o que, no entanto, durou apenas algumas semanas. O drama nem precisa ser coletivo. Pense em alguém acamado, deprimido ou frente a frente com um incêndio. “Quanto mais inesperada e difícil a situação, maior a tendência a nos comportarmos de modo supersticioso”, afirma Wellington Zangari, professor de psicologia da Universidade de São Paulo. Se por um lado crer nos dá forças para seguir adiante, por outro nos deixa mais vulneráveis. É por isso que Shermer alerta para a necessidade de termos em mente nossa queda por crendices. Afinal, ela pode, num contexto de fraqueza, nos tornar vítimas de charlatões.



Acreditar faz bem?
Chegamos a essa incontornável pergunta. “Centenas de estudos indicam que um maior envolvimento religioso está relacionado a menores índices de mortalidade, taxas mais baixas de depressão e uso de drogas e maior tempo de vida em doenças graves”, diz Moreira-Almeida. Um levantamento da Universidade Yeshiva, nos EUA, por exemplo, analisou dados de 92.395 mulheres e concluiu que as religiosas assíduas apresentaram uma redução de 20% no risco de mortalidade.



Há quem diga, no entanto, que o poder medicinal da fé se resume ao efeito placebo, a habilidade da mente de induzir melhoras diante de uma expectativa. Será? Neurologistas da Universidade de Oxford, na Inglaterra, perceberam, lançando mão de ressonância magnética, que a crença religiosa propicia um efeito analgésico ao regular processos cerebrais. Placebo ou não, o fato é que a dor diminui... quem não deseja isso num momento de aperto?



O perigo, contra o qual lutam céticos como Shermer, é negar a ciência e dar margem a pensamentos enganosos (e às vezes lucrativos para alguém). Na outra ponta, pode ser angustiante viver sob um ceticismo dogmático, que quer demolir tudo e se transforma, ele próprio, em uma visão extremista. Nesse mundo onde quase todo dia deparamos com um ou outro ponto de interrogação, resta a certeza de que trabalho não vai faltar para a máquina de crenças herdada do nosso longínquo ancestral.




Editora Globo

Deus, entidades e religião
A crença em um ente superior que governa o Universo representa, segundo os defensores dos princípios biológicos, uma narrativa perfeita para resolver ou minimizar dúvidas e angústias: atribui sentido aos perrengues e êxitos da vida, dá uma ideia do que o futuro nos reserva... De acordo com Michael Shermer, esse conceito, disseminado pela religião, tem um potente efeito sobre o coletivo: o de promover altruísmo e coesão social, algo útil para um grupo sobreviver. Apesar do aspecto tribal e cultural, há fortes indícios de que a genética e a personalidade contribuam para que um indivíduo tenha mais fé. Tudo isso justifica a predominância das religiões ao redor do globo. O IBGE calcula que mais de 90% dos brasileiros têm uma.



Horóscopo, tarô e astrologia
Não importa se você é mais supersticioso ou cético, não negue que aceitaria de bom grado se lhe dessem o poder de prever o futuro. Visualizar o que o destino nos reserva é uma antiga obsessão humana. E não é à toa que tanta gente lê o horóscopo quase todo dia (veja o fenômeno Susan Miller, a astróloga mais acessada do planeta) ou recorre a cartomantes, quiromantes e afins. A despeito de esses métodos funcionarem ou não, buscamos encaixar suas previsões em eventos posteriores da nossa vida, especialmente se elas forem pouco claras. É uma forma de construir padrões, já que permite conectar pontos entre a configuração dos astros e eventos do dia a dia, ignorando as informações que não batem. “Por trás da tentativa de conhecer o futuro há uma angústia frente ao desconhecido, de modo que saber o destino amortece esse sofrimento e nos dá a impressão de estarmos mais no comando da situação”, explica o psicólogo Wellington Zangari, da USP.




Superstições e destino
Se não é o seu caso, ao menos você conhece um torcedor mais fanático que tem uma camisa da sorte. Um belo dia ele a vestiu e o time ganhou de virada. Na partida seguinte (camisa no corpo), venceu de goleada. No terceiro jogo, foi empate... e, outro dia, o time perdeu. Mas não faz mal, vai voltar a dar show na próxima partida porque o torcedor estará com aquela camisa. É assim que nasce e se viabiliza um padrão supersticioso, ignorando que os elementos que o compõem sejam verdadeiros ou não. Na dúvida, é melhor vestir a camisa. Esse hábito dá confiança e reduz o estresse antes e na hora do jogo. Nessa mesma linha, precisamos descobrir ou dar significados a uma porção de eventos porque uma mente "crente" tende a se nortear por uma noção de destino. O fato de um padrão (camisa da sorte) não render o resultado esperado pode ser suavizado pela interpretação de que forças operam no mundo e nem sempre conciliam com o nosso desejo. A questão é que muitas vezes driblamos esse conflito de padrões (sorte X destino), elegendo um ou outro para nos confortar. Se o time marcou um gol foi porque você colocou a camisa-amuleto. Se perdeu, é porque já estava escrito.
 
Nota: O autor deste Blog achou interessante replicar este texto publicado na revista Galileu, concorda com a insanidade das superstições, mas discorda de citações pontuais evolucionistas, pois não acredita na Teoria da Evolução.
 Veja porque - A FRAUDE GIGANTESCA CONHECIDA COMO TEORIA DA EVOLUÇÃO!
 
 
Artigo publicado na "GALILEU" DE oUTUBTO DE 2012. 
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI320171-17579,00-POR+QUE+VOCE+ACREDITA+EM+HOROSCOPO+ESPIRITOS+ETS+E+RELIGIOES.html





domingo, 2 de dezembro de 2012

ESCOVANDO CORRETAMENTE OS DENTES

-->

Escovando os dentes
Hoje fui ao dentista e ele me ‘ensinou’ a escovar os dentes. Não se deve escovar para as laterais dos dentes, mas em cada dente, posicionar a escova perto da gengiva e escorregá-la até o topo do dente, “um por um’.
Deve-se escovar pelo lado da frente, depois por trás, em cima e em baixo.

Sinceramente, devo ser muito burro, porque no meu caso simplesmente não funciona. É preciso ter uma paciência enorme, sem falar que me dá a impressão que não está limpando nada. Não faz nem espuma. Se tiver que fazer isto rapidamente, então ...
”?  Sinceramente, nunca vi ninguém escovando desta maneira e duvido que exista. Mas, se assim é certo . . .

-“Existe algum ser humano neste planeta que escova “corretamente” os dentes?
(incluido os dentistas [não vale quem tem dentadura!])

CAZUZA - UM IDIOTA MORTO!!!!!

CAZUZA - UM IDIOTA MORTO!!!!!

Esse cidadão dizia "todos os meus heróis morreram de overdose". E era aplaudido.

É ... DEVIAM COLOCAR o txt abaixo NUM OUTDOOR LÁ NA PRAÇA CAZUZA, NO LEBLON...

Cazuza!

Esta mensagem precisa ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS!
Uma psicóloga que escreveu, corajosamente algumas verdades.

Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto:
'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados..
Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?

Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.

Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.

No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.
São esses pais que devemos ter como exemplo?

Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..

Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.

Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.
Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.

Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?

Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.

Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissessem NÃO quando necessário?

Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .

Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos.

Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi a pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'

Karla Christine
Psicóloga Clínica

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

JUSTIÇA NO ESPORTE

Lance Armstrong teve cancer no testículo e também, dois tumores, do tamanho de bolas de golfe, num pulmão e no cérebro. Lance fundou a "Fundação Lance Amstrong" para a luta contra o câncer, e relatou, em vários livros, a sua própria história, para demonstrar que se pode superar tudo desde que se tenha energia para tal. Ajudou a arrecadar 500 milhões de dolares para ajudar pessoas com cancer. Lance Armstrong é muito admirado em todo o mundo, por ciclistas ou não, pelo facto de ter conseguido conquistar por sete vezes consecutivas o Tour de France após ter-se recuperado do câncer, além de sua luta em apoio às vítimas da doença.
Hoje, sabemos que tudo era uma farsa. Uma das maiores fraudes que o esporte já proporcionou. O doping constroí uma ilusão. Torna o pseudo atleta um ser aparentemente invencível e sofisticado. As drogas somente mostram e potencializam o lado ruim da personalidade de muitos competidores.
Em 22 de Outubro de 2012 a União Internacional do Ciclismo retirou as sete vitórias na Volta à França em bicicleta, e decidiu também que nunca mais poderá voltar a participar em provas oficiais.

Me admira muito o sistema que ainda vive o futebol.
Nesta semana um gol feito com a mão no jogo entre Palmeiras e Internacional foi validado, depois foi anulado. O time que teve o gol  anulado fez uma "representação" para anular o jogo, porque perdeu a partida, e alega que a anulação do gol só houve porque alguma informação de fora do campo, 'uma influência externa' chegou até o árbitro e isto é contra as regras. Ou seja, o gol foi ilegal, juiz não viu, validou - que absurdo - O juiz voltou atrás anulou o gol, mas houve contravenção das regras com a 'influência externa' - mais absurda ainda.

Nas olimpíadas, os saltos Ornamentais são avaliados por cinco ou sete juízes que atribuem notas de zero a dez pontos, com intervalo de meio ponto.Com o objetivo de minimizar os erros, entre as notas atribuídas pelos juízes, são eliminadas a maior e a menor. As notas remanescentes são totalizadas e o resultado é multiplicado pelo grau de dificuldade conferido ao salto.O grau de dificuldade é determinado por uma tabela que estabelece o valor do salto em função da sua complexidade. Quanto maior o número de mortais e parafusos de um salto maior será seu grau de dificuldade. No julgamento das provas de saltos sincronizados são utilizados nove juízes – cinco para avaliar o sincronismo do salto e quatro para a execução.
Na Ginastica Artística e Ritmica o nível dos ginastas é avaliado por um grupo de juízes, conforme os critérios de dificuldade do programa, a composição e a qualidade de execução. Cada grupo tem quatro juízes que assistem a repetição das apresentações numa tela de televisão antes de darem os pontos aos atletas.
No Judô, são três juízes, mais uma comissão de arbitragem que pode reverter um resultado.

No Futebol, mesmo que as telonas estejam repetindo o lance lá em cima aos olhos de toda a torcida, e que a partida esteja sendo transmitida para milhões de pessoas, o juiz não pode se basear em 'influência externa'. Se ele viu o lance, ele pode interpretar a seu gosto, mas se ele não viu, vai ficar do jeito que ele arbitrar, e ta acabado.

Você já viu algum lance de alguma partida ser mudado depois que a partida acabou, mesmo a televisão tendo mostrado claramente o erro?


   

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

PALAVRAS QUE CAUSAM DOR



Eu aprendi
Quanto uma palavra ouvida pode afetar nossa vida?
Quem determina se o que ouvimos fará diferença em nosso humor?



Muito tempo atrás eu decidi desvincular minha felicidade do que as pessoas pensavam a meu respeito, ou ao que faziam de negativo para mim.

Pensei que seria fácil. Raciocinei que eu decidiria quando deveria ficar triste ou alegre, não importando o que acontecesse ao meu redor.
Quando um jogador de futebol quer irritar outro, xinga a ele, xinga a mãe dele, belisca, faz pressão. O outro jogador sabe que ele não é o que se está falando dele, que sua mãe não é aquilo. Bem, ou ele se deixa irritar por uma ilusão, ou seja simples palavras de um irritador, palavras vãs, cheio de mentiras, ou nem da bola sabendo que não é nada daquilo.
Na escola, um grupo de adolescente desafia um possível incauto a demonstrar sua coragem fazendo alguma coisa tola. Ou ele cai na armadilha, ou ele decide que não importa o que digam ou pensem, ele não é covarde e pergunta a si mesmo, Por que eu deveria fazer esta coisa? Só porque outros estão me impelindo? Talvez ele aprenda ali que, ninguém pode nos obrigar a fazer nada que não queiramos e que seja fora da lei, da razoabilidade, e da moral.
Uma ocasião que costumeiramente acontece este tipo de coisa é quando começamos a frequentar um lugar novo. Novos amigos, novo trabalho. Temos a tendência de, mesmo conhecendo pouco as pessoas, de formar uma opinião referente às boas e más qualidades delas. Elas fazem o mesmo a nosso respeito. O passo seguinte, pernicioso, é rotular com base neste escasso saber. Muitas vezes outras pessoas nos fornecem informações com base em opiniões pessoais e até maledicentes. Então, sempre que me vejo nesta situação, me faço lembrar insistentemente: espere o tempo passar, não julgue outros. E o que estarão pensando a meu respeito não me incomoda, o tempo passará e quiças me conhecerão, ou não, não importa.
Às vezes ouvimos alguém dizer o quanto uma pessoa mudou. Na verdade, as pessoas não costumam mudar, as opiniões sim. Já me disseram que eu mudei, e me perguntei se foi eu quem mudei ou foi a opinião da pessoa que mudou ao passo que me conheceu e viu que não era nada do que pensava antes. Acontece muito quando mudamos de ambiente de trabalho. Ficamos preocupados em 'dar boa impressão'. Eu tinha que aprender a não pensar assim. Não importa o que fizermos, o fato é que pessoas não nos conhecem. Só tempo, só ele mesmo, permite que pessoas se conheçam e vejam até certo ponto as boas e más qualidades e ainda mais, aprendam a conviver com elas. Por isto eu sabia que precisava de tempo para confiar, para opinar, para esperar das pessoas. No inicio nada é o que parece. Então as pessoas vão falar a nosso respeito, vão julgar, caluniar, e sabe mais o que.
Pensei que seria fácil. Quando alguém fala mal a nosso respeito, para nós ou por trás, ficamos tão afetados, estressados, que tomamos geralmente sem pensar atitudes tolas. Primeiro, falamos do assunto com a primeira pessoa que encontramos, ou desabafamos com algum amigo. Daí planejamos dar o troco. Não somos dos que levam desaforos para casa. Nossa cabeça começa a doer, não para de pensar naquilo. Quanto mais falamos a outros a respeito, mas agitados ficamos. Perdemos a paz. Quem nos escuta toma partido, se envolve, se agita, compartilha o estresse, dá conselhos afetados e tolos.
Se eu aprendesse a não ligar, seria tudo muito diferente. Ou eu falaria diretamente à pessoa e esclareceria de vez, ou treinaria minha mente a não se estressar, a não levar em conta, e definitivamente, não perder minha paz. A pessoa que produziu o mal está em paz e eu estou sem esta. Não deveria ser assim. Mas eu poderia planejar algo para aquela pessoa também perder a paz, só para ela ver como é bom sacanear com outros. Isto daria pra mim uma satisfação, mas também um estresse, um coração mal, e uma igualdade de más intenções.
Pensei que seria fácil. Mas ser ofendido, maltratado, nos deixa simplesmente para baixo. Por mais que tentemos o assunto martela nosso cérebro. E se falamos com alguém sobre isto, em vez de nos acalmar, alimentamos a cobra que vai nos morder em seguida porque embora fiquemos mais calmos na hora, o assunto é alimentado e depois continua a nos corroer com maior intensidade.
Não foi fácil, mas os anos se passaram e eu consegui. Treinei muito meu cérebro. Toda vez que me deparava com situações de possível estresse, deliberadamente me lembrava de tudo isto. Hoje consigo lidar com muita tranquilidade sem ficar nada afetado. Tenho duas simples resoluções no meu coração. Se acho que o assunto é sério, falo à pessoa com a maior tranquilidade, calma e franqueza sem nunca me abalar. Mas na grande maioria das vezes consigo nem dar bola, sem ficar me explicando. Aprendi a não dar satisfação nenhuma, nunca, a quem não tem o direito a ela. E se tem direito às minhas explicações, sou muito econômico sem dar muitas justificativas. Jamais alimento a cobra, falando a outros o ocorrido. Ocupo meu valioso cérebro com coisas muito mais saudáveis, alegres e gratificantes. Simples, eu sei quem sou e o que faço e não preciso levar em consideração o que pensam ou falam a meu respeito, a menos que seja um conselho útil e sábio que me torne melhor.
Entendi que eu posso permitir que minha mente fique agitada, estressada, por alguma coisa que escuto, “ou não”. Deixar que alguém possa me afetar usando palavras, é viver na ilusão. A ilusão de que alguém pode afetar outros com palavras. Palavras são só palavras, e se a intenção de alguém é me tirar do sério, ora, se eu não quiser me afetar basta não dar bola para quaisquer palavras vindo dela. A palavra só terá um significado se eu permitir isto. Prefiro que sejam palavras ao vento que eu nem escutei e se fiz, passou sem que eu tomasse conhecimento, como se não existisse. A palavra ficou fraca, sem efeito nenhum sobre mim.
Hoje, me é muito fácil lidar com situações estressantes ou com pessoas maldosas. No transito, no trabalho, com amigos, e em casa, aprendi que a palavra que chega até nós terá força apenas se quisermos e permitirmos. Aprendi a viver e ser feliz.