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quarta-feira, 15 de maio de 2013

TODOS ENTENDERAM?


Tenho notado que nos últimos anos, professores dão aulas em meio a tumultuados alunos que não param de falar o tempo todo. Em muitos casos, parece que eles não entenderam que para estudar precisam ouvir atentamente em silêncio. Entender que no momento da aula só professor fala, alunos escutam e aprendem, está longe da compreensão deles. Mas professores erram também. Exigem o silêncio, gritando suas ordens para alunos com ouvidos surdos. Assim como alunos berram o tempo todo, professores gritam mais alto, e alunos berram ainda mais. Professores ameaçam, exigem que suas ordens sejam cumpridas, mas alunos não têm a menor reação.
Professores erram ao elevar tanto a voz para expressar sua autoridade. Ao falar gritando, ensinam seus alunos a fazer o mesmo, ficando um mal exemplo de má educação. Sim porque alunos mal educados fazem exatamente isto, berram.
Quando professores estão dando aula e todo tempo são interrompidos por alunos inquietos, a atenção é voltada a tais alunos e seus nomes são repetidos vez após vez, bronca após bronca. Se não forem tomadas medidas imediatas, o caos continua e alunos bem comportados pagam tendo uma aula de qualidade duvidosa.
Após explicar conteúdo, professor pergunta generalizadamente:
-Entenderam?
 Imediatamente escuta-se um coro, “sim professor, entendemos”. A pergunta é: Todos entenderam? E se metade dos alunos não tiver entendido, irão se expressar? E se uns poucos não entenderam terão coragem de se manifestar correndo risco de  serem caçoados pelo restante?
Depois duma pergunta desta, todos entenderam, um aluno vira-se discretamente para seu colega e pergunta baixinho, você entendeu (porque eu não entendi). Pergunta ao professor. Eu não.
Depois da avaliação, professor se pergunta por que alunos se saíram mal se o assunto foi muito bem explicado por ele mesmo. Mera ilusão.
Obs. Eu não acho que "Entender que no momento da aula só professor fala, alunos escutam e aprendem". Mas,  
“O educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas aquele que estabelece uma relação e um diá logo intimo com ele, bem como uma afetividade que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço de sua própria vida”.
SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008 pag 69.

Veja também:
EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO


A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL
(Também trata de indisciplina, berros, falta de respeito)