Tenho notado que nos últimos anos, professores dão aulas em
meio a tumultuados alunos que não param de falar o tempo todo. Em muitos casos,
parece que eles não entenderam que para estudar precisam ouvir atentamente em
silêncio. Entender que no momento da aula só professor fala, alunos escutam e
aprendem, está longe da compreensão deles. Mas professores erram também. Exigem
o silêncio, gritando suas ordens para alunos com ouvidos surdos. Assim como
alunos berram o tempo todo, professores gritam mais alto, e alunos berram ainda
mais. Professores ameaçam, exigem que suas ordens sejam cumpridas, mas alunos
não têm a menor reação.
Professores erram ao elevar tanto a voz para expressar sua
autoridade. Ao falar gritando, ensinam seus alunos a fazer o mesmo, ficando um
mal exemplo de má educação. Sim porque alunos mal educados fazem exatamente
isto, berram.
Quando professores estão dando aula e todo tempo são
interrompidos por alunos inquietos, a atenção é voltada a tais alunos e seus
nomes são repetidos vez após vez, bronca após bronca. Se não forem tomadas
medidas imediatas, o caos continua e alunos bem comportados pagam tendo uma
aula de qualidade duvidosa.
Após explicar conteúdo, professor pergunta
generalizadamente:
-Entenderam?
Imediatamente
escuta-se um coro, “sim professor, entendemos”. A pergunta é: Todos entenderam?
E se metade dos alunos não tiver entendido, irão se expressar? E se uns poucos
não entenderam terão coragem de se manifestar correndo risco de serem caçoados pelo restante?
Depois duma pergunta desta, todos entenderam, um aluno
vira-se discretamente para seu colega e pergunta baixinho, você entendeu
(porque eu não entendi). Pergunta ao professor. Eu não.
Depois da avaliação, professor se pergunta por que alunos se
saíram mal se o assunto foi muito bem explicado por ele mesmo. Mera ilusão.
Obs. Eu não acho que "Entender que no momento da aula só professor fala, alunos escutam e
aprendem". Mas,
“O
educador não pode ser aquele que fala horas a fio a seus alunos, mas
aquele que estabelece
uma relação e um diá logo intimo com ele, bem como uma afetividade
que busca mobilizar sua energia interna. É aquele que acredita que o
aluno tem essa capacidade de gerar ideias e colocá-las ao serviço
de sua própria vida”.
SALTINI,
Cláudio J.P. Afetividade e Inteligência. Rio de Janeiro: Wak, 2008
pag 69.
Veja também:
EDUCANDO COM BERROS - RESOLVE MESMO
A ESCOLA FORA DA SALA - A IMPLANTAÇÃO DE ESCOLA INTEGRAL
(Também trata de indisciplina, berros, falta de respeito)