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quarta-feira, 1 de julho de 2015

O DOGMA DA LIVRE ESCOLHA DO CONSUMIDOR





Você pode comprar o que você quiser, desde que seja dentro da lei e dos bons costumes.

Na verdade, dependerá de onde você vive.
Quem compra carro no Brasil, paga às vezes o dobro ou até mais do que alguém que compra o mesmo nos EUA.
Você entra num supermercado abarrotado de produtos, coisa que não acontece em muitos lugares da terra onde sequer existe supermercados.
Mas você pode comprar o que quiser, a escolha é inteiramente sua.
Bem, na verdade isto não é inteiramente verdade.

A PUREZA DE NOSSA ÁGUA – COM FLÚOR

Você descobriu que o flúor é um gás amarelo, venenoso e altamente corrosivo e é utilizado para matar micróbios . . .
Ele é tão reativo que pode corroer até o vidro, aço, ferro e alumínio. Juntamente com o mercúrio, o flúor está na lista das substâncias mais venenosas do planeta.
O Flúor nós "tomamos" na água tratada que vem nas torneiras. O Brasil dispõe do segundo maior sistema de fluoretação de águas de abastecimento público de todo o mundo.
Você então decide que não vai mais consumir desta água, que escolha você terá?
Comprar água potável é uma saída. Para beber! E para cozinhar, e tomar banho?


Segundo o Manual de Fluoretação da Água para Consumo Humano da Funasa (Fundação Nacional da Saúde), páginas 25 e 33, o “Ácido Fluossilícico (e o ácido fluossilicato de sódio) é um subproduto da indústria de fertilizantes”.
É um líquido altamente solúvel e corrosivo, o que dificulta o seu transporte e requer reservatórios apropriados. Todos os recipientes, tubulações e válvulas, que estiverem em contato com o ácido devem ser de material plástico como: PVC, Polietileno, Polipropileno, Acrílico ou Teflon. Os locais de armazenagem devem ser frescos e ventilados, por sua natureza tóxica, pois ao vaporizar-se, decompõe-se em Ácido Fluorídrico e Tetrafluoreto de Silício. A segurança relacionada com o manuseio merece destaque em função da natureza tóxica do produto. Os operadores devem evitar contato do composto com a pele, bem como qualquer possibilidade de ingestão ou inalação dos vapores. O manuseio do ácido Fluossilícico deve ser realizado com equipamentos de proteção individual – EPI (NR 6 do Ministério do Trabalho e Emprego – 206.000.01/10):
Óculos, máscara, luvas, botas e avental de plástico ou borracha. O local de armazenagem deve possuir torneira com água corrente, de maneira a ser utilizada em caso de acidente. Ocorrendo tal situação, a pele da pessoa acidentada deve ser lavada com bastante
água corrente.” 



Veja:
TOMANDO NOSSOS TÓXICOS CANCERÍGENOS DE CADA DIA 


"Pesquisa realizada pela Organização Mundial de Saúde revela que em países onde não há a fluoretação das águas de abastecimento o declínio de dentes careados na população é igual ou maior que nos países que inserem flúor em seus reservatórios." (https://sites.google.com/site/venenofluor/paises-com-fluor-x-paises-sem-fluor)
Na Europa Ocidental, por exemplo, 97% da população bebe água sem a adição de flúor.



Não estamos falando sobre se faz bem ou se faz mal.
Falamos da LIVRE ESCOLHA DO CONSUMIDOR. Que farei se eu não concordar com este procedimento.
O mesmo acontece com outros campos do comércio. Eu pago uma empresa para prestar determinado serviço. Se a mesma não me agradar eu posso procurar outra empresa. Errado. Se estamos falando da empresa de luz (ou de água) isto não acontece. Se quero gasolina mais barata, não existe concorrente quando nosso governo federal é dono da gasolina.

COMPRANDO COMIDA

Bem, pelo menos a maioria dos produtos que preciso eu tenho opções para escolha.
É incrível, mas apesar na enorme quantidade produtos disponíveis, ainda há uma dificuldade para a livre escolha do consumidor.
Grandes empresas da gigantesca indústria de produtos modernos nos convencem de mentiras através de propagandas enganosas, coloridas, brilhantes e insistentes.
Muitas vezes passamos a vida inteira achando que uma coisa é dum jeito, devido ao poder destas propagandas.

Por exemplo: Eu “preciso” tomar leite para ter cálcio em meus ossos. “Preciso” de proteína da carne animal senão eu fico anêmico. Você já viu uma vaca anêmica? Ela só come capim!
Eu preciso” comprar esta lata de leite em pó “enriquecida com ferro e zinco”.
Mas eu tenho a livre escolha de comprar ou não.
Só que quando eu for procurar por produtos que “eu preciso” sob minha ótica de “o que é melhor para minha saúde”, terei muita dificuldade em achar estes.
Quem queria produtos sem glúten tinha dificuldades a um tempo atrás.
Se eu achar que não devo comprar produtos que contenha trigo, tenho dificuldade, porque metade do supermercado em termos de pães, biscoitos e bolachas tem trigo.
Se eu quero me alimentar de uma dieta a base de plantas e livre de agrotóxicos, terei dificuldades. Porque mesmo produtos ditos “orgânicos” são falsificados, outros sofrem ação do vento que leva o agrotóxico de muitas fazendas para a plantação de orgânicos. Sim os agrotóxicos estão em todo lugar e contaminam nossos alimentos. A menos que a plantação seja em estufa com plantadores honestos, geralmente aqueles que lutam pelo ideal de se ter alimentação realmente natural.


Vocês viram que a industria só produziu porcarias e que fica difícil a pessoa viver a opção de coisas naturais. E só é assim porque existe muitíssimo mais procura pelas porcarias, como refrigerantes, e alimentos industrializados! Bilhões em propaganda fazem o povo ficar perdido nas escolhas e passa a usar sua livre escolha de consumidor para comprar exatamente o que a indústria têm a oferecer mesmo que seja lixo.


Eis a verdadeira ilusão!

Comércio Justo
Para quem? Porquê? Como? Com quem?

AS CONTRADIÇÕES DO MUNDO ATUAL
Autoria:
Ana Rávia Borges Badue, Arturo Palma Torres, Fabiola Marono Zerbini, Renata Pistelli, Yaël Clec’h. (2005) In:
Manual pedagógico. Entender para intervir: por uma educação para o Consumo Responsável e o Comércio Justo
pp. 17-18. Artisans du Monde & Instituto Kairos. S. Paulo, Brasil.

A realidade do mundo onde vivemos está repleta de paradoxos. De uma parte, os avanços das ciências e da tecnologia global permitem viver mais tempo, diminuir a mortalidade infantil, reduzir a fome no mundo, diminuir a explosão demográfica, produzir de forma melhor e mais sofisticada, satisfazer as nossas necessidades, etc. De outra parte, a desigualdade da distribuição das benfeitorias nunca foi tão grande entre os que aproveitam do progresso e aqueles que não têm acesso a ele. No mundo onde nunca houve tanta produção de riqueza
somente 20% da população mundial consomem mais de 80% da riqueza produzida e os 80% tentam sobreviver com 20% desta riqueza. 826 milhões de pessoas são desnutridas! Dois mil milhões de pessoas sofrem de má nutrição! Na realidade, os modos dominantes de produção e de distribuição de renda, que são capazes de gerar enormes riquezas, ignoram as catástrofessociais e ambientais que provocam.
Em síntese, nosso mundo é controlado por oligopólios e sustentado por lógicas financeiras que acentuam a concentração econômica com o único objetivo de aumentar o lucro dos investidores. O sistema produtivo e a concentração de riqueza material e monetária excluem mil milhões de seres humanos, deixando à margem milhões de produtores rurais e urbanos, famílias inteiras que não têm acesso aos direitos fundamentaisde alimentação, de moradia, de educação, de saúde, de trabalho – que lhespermitam viver dignamente. Ao mesmo tempo, essa lógica económica destrói os recursos naturais do planeta e a biodiversidade, poluindo os bens comuns essenciais à vida. Nesse contexto, uma pergunta deve ser feita: como é possível um sistema injusto, contraditório em relação aos direitos sociais, econômicos e culturais, manter-se e progredir? A resposta encontra-se na força de alguns dogmas ideológicos que permeiam a sociedade contemporânea e são partilhados pela maioria da população mundial. Entre os mais fortes de nossa contemporaneidade, podemos citar: a liberdade do comércio e a liberdade de escolha do consumidor.
Para quem acredita na liberdade do comércio, basta saber que aproximadamente 80% das transações do comércio internacional são realizadas pelas 200 maiores companhias transnacionais e suas filiais espalhadas pelo mundo. Esse dado já é suficiente para compreendermos que a dita liberdade é uma grande ilusão e que a lógica do sistema capitalista fundamenta-se muito mais na concentração e na eliminação da concorrência do que na promoção de empresas de comércio local. A fase da globalização neoliberal que hoje nós vivemos só faz reforçar esta lógica.
O DOGMA DA LIVRE ESCOLHA DO CONSUMIDOR parece um pouco mais difícil de ser desconstruído, pois se trata de um mecanismo ideológico de alienação e de dominação. Em princípio, governos e multinacionais têm razão de fazer a apologia do consumo para estimular o crescimento. Mas como falar em crescimento em um mundo onde mais de dois mil milhões de seres humanos sofrem de desnutrição?
Onde a maioria da população não consome o mínimo necessário para viver? Objetivamente, esses mil milhões de pessoas não têm nenhuma possibilidade de escolha na medida em que não têm sequer acesso ao consumo! Como se explica, assim, a dominação do dogma da livre escolha de consumo em relação aos habitantes do planeta sem que os mais pobres possam ser contemplados?
O problema é que aqui nós tratamos de representações e não da realidade objetiva. A verdade é que, tanto nos países ricos como nos pobres, uma grande parcela da população sequer sonha em se tornar consumidor, ou seja escolher livremente entre os milhares de centenas de produtos expostos nos super mercados ou glorificados pela publicidade. Eis uma das forças do dogma: ele é real nas representações, não somente dos verdadeiros consumidores, mas também na dos excluídos do consumo! Basicamente, todos têm o direito mais que absoluto de satisfazer suas necessidades e de consumir. Mas a força do consumo alienado explica-se, sobretudo, pela força das imagens, das miragens que nos assolam quotidianamente através dos meios de comunicação modernos. Eis a verdadeira ilusão!

2 Mencionam os termos do Produto Interno Bruto - PIB
3 Direitos consagrados pelo Tratado Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – (D.E.S.C.), das Nações Unidas, de 1966

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