AS
CONTRADIÇÕES DE NOSSO MUNDO Parte 1
A VALORIZAÇÃO
DA CULTURA AFRO – QUAL É A SUA COR?
Eu
fui incubido de preencher o relatório do COMPIR ( Conselho Municipal
de Promoção da Igualdade Racial) cuja atribuição é de formular,
assessorar e acompanhar as políticas públicas, institucionais,
culturais e pedagógicas, visando reparações, reconhecimento e
valorização da identidade, da cultura e da história dos
afrodescendentes, de grupos étnicos e/ou segmentos historicamente
estigmatizados por relações etnorraciais.
Neste
questionário pergunta-se a cor e ou raça e das pessoas na escola,
alunos, professores e funcionários. Solicita-se apenas os números
destes separados em Branca – Preta – Amarela – Parda –
Indígena.
Entenda-se
que “A palavra pardo
é
mais comumente usada
para
referir-se aos brasileiros com variadas
ascendências raciais.
O manual do IBGE define o significado atribuído ao termo como
pessoas com uma mistura de cores
de pele,
seja essa miscigenação
mulata
(descendentes
de brancos
e
negros),
cabocla
(descendentes
de brancos e ameríndios),
cafuza
(descendentes
de negros e indígenas) ou mestiça”.
"Negro"
é a soma dos Pretos e Pardos (mesmo que uma pessoa “parda” possa
ser filho de branco com índio). " . . .consequência é o possível uso da soma de pretos e pardos como
negros para produzir estatísticas enganosas. Segundo a jurista Roberta
Kaufmann, existe uma "grotesca manipulação dos índices relacionados aos
negros". Ela cita que muitos ativistas contam os pardos como negros para
dizer que a maioria da população brasileira é negra, mas excluem os
pardos quando afirmam, por exemplo, que há apenas 3% de negros nas
universidades brasileiras".
Como
e quem determina a cor e ou a raça?
“Não
se trata, portanto, de uma classificação biológica ou física com
base no genótipo. Pardos e pretos são categorias de classificação
da cor da pele tomadas a partir da auto identificação da pessoa que
responde a pergunta do IBGE. Assim, um entrevistador pode achar que a
cor da pele de uma pessoa é preta, mas o próprio entrevistado pode
se achar da cor parda ou branca”.
http://www.ecodebate.com.br/2010/06/28/a-definicao-de-corraca-do-ibge-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/
Dos
alunos, eu recorri ao sistema on line, que é onde eu registro por
ocasião da matricula. Na verdade, a cor e ou raça do aluno é
registrada segundo a declaração de quem está fazendo a matricula,
ou seja mãe, pai ou responsável legal.
Dos
professores e funcionários precisei recorrer aos próprios. Ao
perguntar a cada um deles surgiu grande polêmica. A professora afro, preta,
diz ser descendente de preto com índio, portanto é parda, “mas eu me considero da raça negra”, disse ela. Na
verdade quase todos que se consideram branco ou negro são na verdade
pardos, porque tem descendência mista. Eu mesmo não me considero
branco, pois quando comparo as costas de minhas mãos com papel
sulfite, branco, vejo que não sou branco. Tampouco sou preto, pois
também comparo com o teclado negro em que digito. De cor mesmo, sou
meio bege. E quanto a descendência, tenho afrodescendentes, índios,
bugres, holandeses e poloneses na minha ascendência, então não sei
que “raça” sou, parda então, sei lá.
Quem
são afrodescendentes? Os pretos ou melhor, os negros. Me lembrei que há uma parte grande dos
habitantes da África que são brancos e que é bem possível que
descendentes destes que por acaso estejam no Brasil, sejam
uma miscigenação de “afrodescendia”, porém negros, não pretos, e sim, pardos.
O
que perguntava mais o questionário da Compir?
Bem, o que se queria saber é como estão sendo cumpridas leis de fomentação à cultura afrodescendente, no plano da escola, nos projetos da escola, no tratamento aos alunos afrodescendentes, na disponibilidade de livros para pesquisa, enfim, como a cultura afrodescendente tem sido valorizada na escola.
Bem, o que se queria saber é como estão sendo cumpridas leis de fomentação à cultura afrodescendente, no plano da escola, nos projetos da escola, no tratamento aos alunos afrodescendentes, na disponibilidade de livros para pesquisa, enfim, como a cultura afrodescendente tem sido valorizada na escola.
A
legislação maior assegura-nos que “Todos
são iguais perante a lei,
sem distinção de qualquer natureza,. . .” Art. 5º.
A
COMPIR tem como objetivo “promoção da igualdade racial com ênfase
na população negra e em outros segmentos étnicos da população
brasileira, com o objetivo de combater o racismo, o preconceito, a
discriminação, a xenofobia e de reduzir as desigualdades raciais
nos campos econômico, social, político e cultural”.
Precisa-se
colocar em destaque a “raça”, dando vantagens, destaque, para
nivelar o que foi perdido em questão de respeito às 'raças' negra
e indígena. Se uma revista se intitular hoje como 'raça branca', ou
em vez de homenagear um dia a vinda dos alemães, italianos,
japoneses ou outros, se homenageássemos a 'raça branca', seria muito
descabido para nossos dias. Assim, se pretende elevar a 'raça' afro
para assegurar o respeito que faltou nos séculos até hoje.
Veja:
AS CONTRADIÇÕES
DE NOSSO MUNDO Parte2
A ESCOLA É DE TODOS É DA COMUNIDADE – MAS QUEM É QUE MANDA MESMO?
AS CONTRADIÇÕES DE NOSSO MUNDO Parte3
O DOGMA DA LIVRE ESCOLHA DO CONSUMIDOR
AS CONTRADIÇÕES DE NOSSO MUNDO Parte3
O DOGMA DA LIVRE ESCOLHA DO CONSUMIDOR
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